terça-feira, 15 de novembro de 2016

Comentário de Colossenses 1.6,7 e 8

(1.6) que chegou até vós; como também, em todo o mundo, está produzindo fruto e crescendo, tal acontece entre vós, desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade;
(1.7) segundo fostes instruídos por Epafras, nosso amado conservo e, quando a vós outros, fiel ministro de Cristo,
(1.8) o qual também nos relatou do vosso amor no Espírito.

Nos tempos de Paulo a igreja experimentou grande crescimento¹ e Paulo atribui este crescimento unicamente ao poder e a graça do verdadeiro evangelho de Cristo. Para Paulo o evangelho é quem está produzindo fruto nos crentes de Colossos e promovendo o crescimento por todo o mundo. Mundo aqui não diz respeito a conversão total da humanidade, mas a conversão de pessoas entre as diversas raças e nações no mundo. Os crentes de Colossos têm o consolo e a alegria de não serem os únicos, mas do mesmo modo, muitos outros cristãos espalhados por todo mundo, professam a mesma fé, operada pelo mesmo evangelho e Espirito Santo. Embora a firmeza e alegria de nossa fé não deve estar aliada a quantidade de pessoas que a professam, nossos corações se enche de alegria ao ver Deus operando sua obra em diversos lugares e nações.

O evangelho que seja eficaz, precisa ser verdadeiro e compreendido por parte daquele que recebe sua mensagem. O evangelho de Cristo envolve conteúdo e um entendimento intelectual. Algumas seitas exploram a parte emocional batizando inúmeras pessoas que não tem uma compreensão do evangelho e tão cedo abandonam o evangelho que “abraçaram” sem compreenderem. O evangelho de Cristo precisa envolver nosso intelecto e todo nosso ser. Paulo diz que os irmãos de Colossos produziram frutos desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade. O genuíno crente é aquele que ouviu, creu e entendeu a graça de Deus.

Epafras foi a ferramenta de Deus na conversão dos crentes de Colossos, foi ele quem pregou e evangelizou Colossos, instruído eles à fé Cristã. Epafras ministrava a igreja de Colossos e tinha especial amor por eles de modo a se esforçar sobremaneira em orações por eles, para que Deus os preservasse na genuína fé. Paulo considerava Epafras como seu “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl 1.7), o “servo de Cristo Jesus, o qual se esforça sobremaneira, continuamente, por vós nas orações, para vos conserveis perfeitos e plenamente convictos em toda a vontade de Deus. E dele dou testemunho de que muito se preocupa por vós, pelos de Laodiceia e pelos de Hierápolis. ” (Cl 4.12-13).

Epafras em seu amor e preocupação pelos irmãos de Colossos, viajou até Roma e visitou Paulo em sua prisão domiciliar (Cl 4.3,10, 18) e relatou ao apóstolo sobre o amor no Espírito dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13). O amor é um precioso fruto da graça de Deus, operada pelo Espirito Santo em nós (Gl 5.22). Compartilhando do mesmo amor e preocupação de Epafras, Paulo escreveu essa inspirada carta para instruir a igreja de Colossos e também a igreja vizinha da cidade de Laodiceia (Cl 4.16).


Notas:
¹ O rápido progresso do evangelho nos primeiros tempos tem-se constituído sempre em objeto de espanto para o historiador. Em meados do século 2º, Justino, o Mártir escreveu: “Não existe nenhum povo – grego ou bárbaro, ou de qualquer outra raça, qual seja seu nome ou costumes possam distingui-los, ignorantes ou não das artes e agricultura, que habitam em tendas ou vagam em carroções cobertos – dentre os quais não se ofereçam orações e ação de graças no nome de Jesus Crucificado, ao Pai e Criador de todas as coisas” . Meio século mais tarde, Tertuliano acrescenta: “Surgimos apenas ontem e mesmo assim já enchemos as suas cidades, ilhas, campos, seus palácio, senado e fórum. Deixando lhes apenas seus templos”. R. H. Glover em The Progress of World-Wide Missions, pág. 39, diz: “Com base em todos os dados disponíveis, estima-se que até ao final do Período Apostólico o número total de discípulos cristãos tenha atingido meio milhão de pessoas. ” Pág. 309, William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).


Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Os Cristãos no Mundo

A palavra mundo é usado na Bíblia para significar essa terra que vivemos, a boa obra da Criação de nosso Deus, e também é usada para designar a humanidade caída, que vive em pecados, em desordem e oposta à Deus.

O Mundo como obra da boa Criação de nosso Deus, também sofreu pela consequência da Queda e do pecado, pois foi amaldiçoada e passou a produzir cardos e abrolhos (Gn 3.17-19). A natureza, frustrada pela desarmonia provocada pela maldição e do pecado de Adão, espera ser “redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angustias até agora.” (Romanos 8.20-22). A maldição pelo pecado de Adão que decaiu sobre a natureza, explica as catástrofes e deformações que ocorrem na natureza.

O mundo se referindo à humanidade caída e oposta à Deus, é a sociedade onde devemos viver como filhos de Deus, enviados por seu Senhor para serem testemunhas de Cristo Jesus e seu Reino. A Bíblia chama Satanás de príncipe deste mundo decaído (João 12.31; 14.30; 16.11), o deus deste século perverso (2 Coríntios 4.4) e descreve esse mundo sob o poder do maligno (1 João 5.19). O Cristão não deve pensar em viver separado do mundo decaído, se isolando da sociedade, muito pelo contrário, o Cristão deve viver no meio deste mundo perverso e ser a testemunha de Deus, a luz em meio as trevas (Mateus 5.14-16), o sal do mundo (Mateus 5.13). Jesus orou ao Pai: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal. Eles não são do mundo, como também eu não sou. Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” João 17.15-18. O Cristão deve viver neste mundo como enviados de Deus, santificados na verdade da Palavra de Deus para testemunhar o evangelho de Cristo. (Leia Mateus 24.14)

Apesar da perversidade deste mundo sob poder do maligno, o Cristão não deve viver como vítima da sociedade, mas como homens valentes e influentes em todos os meios e classes da sociedade. Na Educação, Economia, Engenharia, Saúde, Direito, Cultura, Política e todas as demais áreas, o Cristão deve viver como o melhor e mais exemplar cidadão, testemunha do Reino e do Evangelho de Cristo, a Luz do mundo. Somos peregrinos neste mundo e caminhamos em direção ao novo lar (1 Pedro 2.11-12), mas enquanto vivemos aqui, sejamos influentes e exemplares para gloria de Deus.

N. Mascolo F.


segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Quem foram os levitas e eles existem nos dias de hoje? por Rev. Márcio Roberto Alonso

No canal Perguntar Não Ofende, o Rev. Márcio Roberto Alonso, titular da Igreja Presbiteriana Ebenézer de São Paulo, explica quem foram os levitas, e se ainda existem nos dias de hoje.



Perguntar Não Ofende é um projeto coordenado e produzido pela Primeira Igreja Presbiteriana de Goiânia.
Facebook: http://facebook.com/perguntarnaoofende

domingo, 14 de agosto de 2016

A Família

Para ler, estudar e meditar
Marido e mulher: Efésios 5.22-33 
Filho e pais: Efésios 6.1-4

A família é a mais básica e essencial instituição humana. A família é o projeto de Deus para suas criaturas, ele criou o homem e a mulher para que um completasse o outro, tivessem filhos e os educasse em seus caminhos. A família é constituída por um homem, uma mulher e seus filhos (Efésios 5.31).

Encontramos na Bíblia uma estrutura de autoridade dentro da família, pelo qual o marido é o chefe da família e conduz em amor sua esposa como Cristo amou a igreja (Ef 5.25), a esposa deve ser submissa ao marido, não como alguém inferior, mas respeitando que em papel de autoridade, o homem é o chefe da família (Ef 5.22-24). Os cuidados e educação dos filhos cabe a ambos os pais, educando os filhos no caminho do Senhor (Ef 6.4) e os filhos deve respeitar e obedecer seus pais em amor (Ef 6.1-3). Os filhos obedientes terão uma vida abençoada neste mundo (Ef 6.2,3). A relação da família é a semelhança do relacionamento da Santíssima Trindade. Deus Pai, Deus Filho e Deus Espirito Santo são iguais em santidade, autoridade e honra, no entanto, cada um exerce papeis distintos. Igualmente o marido, esposa e filhos são importantes, mas cada um tem seu papel dentro da família que deve ser respeitado e obedecida.

Em uma sociedade feminista, a submissão da mulher parece diminuir sua importância, mas longe disso, a Bíblia descreve a mulher como a igreja e o esposo como Cristo que morrer por amor a ela.

Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”. Efésios 5.25

Na família Cristã o esposo deve amar sua esposa ao ponto de estar disposto a morrer por ela e cuidar dela com toda dedicação e carinho, assim como Cristo cuida da sua igreja (Ef 5.25-27). O marido que não amam e não cuida zelosamente de sua esposa, comete pecado diante Deus.

A família é uma comunidade espiritual de ensino e aprendizagem do Reino de Deus. Dentro da família Cristã, os filhos devem ser instruídos no caminho do Senhor (Gn 18.18-19; Dt 4.9; 6.6-8; 11.18-21; Pv 22.6; Ef 6.4). O culto familiar tem um papel importantíssimo para educação dos filhos no caminho do Senhor, toda a família cristã deve realizar o culto familiar em sua casa pelo menos uma vez por semana (Dt 11.18-21). Na educação dos filhos, a aplicação da disciplina é importante para encorajá-los a se arrepender e não praticar mais tolices e o que é errado (Pv 13.24; 19.18; 22.15; 23.13-14; 29.15,17 ).

Salomão em sua sabedora compara a disciplina de Deus e sua repreensão, aos pais que amam seus filhos e os disciplinam porque os querem bem. A base da disciplina é o amor.

Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor nem te enfades da sua repreensão. Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.”
Provérbio 3.11-12 - leia também Hebreus 12.5-11.

No Antigo Testamento vemos a família como uma unidade espiritual, cerimonias como a da Páscoa (Êx 12.3) era para ser realizado em família. No Novo Testamento vemos a mesma unidade espiritual da família no serviço a Deus (At 11.14; 16.15,31,31-33; 1Co 1.16). A família é tão importante na vida do crente que para sua candidatura ao oficio na igreja, é avaliado a forma como o candidato governava sua família (1 Timóteo 3.4-5. 12; Tt 1.6). Se desejamos ter sucesso na vida cristã, devemos investir em nossa família e seguir os princípios que a Palavra de Deus estabelece para ela e assim teremos o privilégio de falarmos como Josué.

Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Josué 24.15.

N. Mascolo F.

Família nosso maior patrimônio por Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Comentário de Colossenses 1.4 e 5.

(1.4) desde que ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tentes para com todos os santos; 

(1.5) por causa da esperança que vos está preservada nos céus, da qual antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,


Nos versos 4 a 6 Paulo relata o motivo da sua ação de graças a Deus pelo que Epafras relatou a ele sobre os irmãos em Colossos (Cl 1.7-8). A igreja de Colossos estava ameaçada por heresias que atacavam a suficiente fé em Jesus e Paulo escreve esta carta para combater tais heresias, no entanto, Paulo não deixa de reconhecer as virtudes que os irmãos de Colossenses tinham em Cristo Jesus. O primeiro motivo de Paulo em dar graças a Deus é pela fé em Cristo Jesus que os Colossenses tinham. Nas cartas de Paulo vemos claramente que a fé é dom de Deus (Ef 2.8) e está fé tem como foco central a Cristo Jesus. Por mais aparente fé uma pessoa possa ter, se Jesus não for o alvo da fé, é uma fé nula e sem valor. Os genuínos crentes têm a fé em Cristo Jesus e ter essa fé em Cristo tem um resultado direto e pratico que produz um fraterno amor aos irmãos. Paulo reconhece o amor dos irmãos Colossenses para com todos os santos. Já vimos no comentário do verso 2 que Paulo chama os crentes de santos no sentido de consagração, regenerados, separados do mundo e vivendo em santidade em Cristo Jesus. Um fraterno amor entre os crentes em Cristo Jesus é algo que todo cristão deve sentir, caso contrário, alguma coisa errada está em nós. Todos nós amamos nossos irmãos na carne e sangue, e do mesmo modo deve ser em relação aos nossos irmãos da carne e do sangue de Cristo. O apóstolo Pedro exorta: “tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente” (1 Pe 1.22 – veja também Gl 6.10). 

Paulo diz que os irmãos em Cristo de Colossenses nutriam amor pelos irmãos por causa da esperança que vos está preservada nos céus. Paulo não está dizendo aqui que a fonte que produz a fé e o amor, é a esperança, mas apenas que essa esperança nutri a fé e o amor. Sabemos que a fé e o amor, são dons de Deus (dom da fé Ef 2.8; dom do amor Rm 5.5; Cl 1.8). A esperança aqui é a firme certeza da vida eterna em Glória que nos está reservada nos céus. Quando olhamos para o nosso futuro com Cristo, somos nutridos na fé e no amor uns pelos outros. A esperança cristã é uma firme certeza do futuro glorioso que nos traz intensa alegria e amor em Cristo, por essa razão Paulo exorta: “regozijai-vos na esperança” (Rm 12.12).

Os irmãos de Colossenses foram instruídos por Epafras pela palavra da verdade do evangelho no que diz respeito a gloriosa vida eterna e morada preservada nos céus. A verdade do evangelho é a ferramenta do Espirito Santo em nossos corações. Não existe agir de Deus em nós a não ser pela Sagradas Escrituras revelando a Jesus e aplicado aos nossos corações pelo Espírito Santo. Tantos quantos desejam crescer mais e mais em Deus, devem sempre estar perscrutados nas palavras da verdade do evangelho.


Bibliografia:

João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.


Leia os demais comentários de Colossenses

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Comentário de Colossenses 1.3

(1.3) Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós,

Paulo passa a agradecer a Deus pelas boas notícias sobre os irmãos de Colossenses. Quando damos graças a Deus reconhecemos que dele flui as coisas que alcançamos e recebemos. A boa fé e o amor dos crentes de Colossos (Cl 1.4) não eram frutos produzidos por eles mesmos, mas obra de Deus em seus corações, por isso Paulo dava graças a Deus. O coração do homem só flui obras manchadas pelo pecado e rebeldia contra Deus (Ef 2.1-8; Gl 5.19-21), mas quando temos em nossos corações a fé em Cristo Jesus e o amor ao Evangelho, podemos ter certeza que é obra Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

Paulo ao usar o plural do verbo dar, ele inclui seu companheiro Timóteo¹ que estava junta dele quando escreveu a carta (Cl 1.1), deste modo, poderíamos entender assim: Eu e Timóteo damos graças a Deus quando oramos por vós. Vemos aqui a pratica de Paulo e Timóteo em orar pelos crentes e esta deve ser também nossa pratica de orarmos uns pelos outros.

Notas:
¹ Timóteo não era apóstolo como Paulo, mas era um jovem ministro que acompanhou Paulo em grande parte de suas viagens missionárias (At 17.14-17; 18.5; 19.22; 20.4), seu filho na fé (1 Tm 1.2) que o representou nas igrejas de Tessalônica (1 Ts 3.2,6), Corinto (1 Co 4.17; 16.10), Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso (1 Tm 1.3). Paulo escreveu duas cartas pastorais para seu filho na fé e cooperador: primeira e segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Embora Paulo mencione Timóteo no início de sua carta aos Colossenses, não devemos pensar que ele teve alguma participação na escrita. Apenas Paulo é o autor da carta de Colossos, note que por toda a carta ele usa as Palavras, “eu, Paulo” (Confira Cl 1.23; 1.24-2.5; 4.3,7-18).

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

Leia os demais comentários de Colossenses

domingo, 31 de julho de 2016

Os Apóstolos

Para ler, estudar e meditar
Lucas 6.13; Romanos 1.1-6; Romanos 11.13; 1 Coríntios 9.2; 1 Coríntios 15.9; Hebreus 3.1.

O termo apóstolo significa “enviado”. Um apóstolo é aquele que é enviado para realizar uma tarefa por aquele que o enviou e com autoridade. Na Bíblia encontrarmos esse termo Apóstolo sendo usado para descrever uma pessoa enviada para realizar uma tarefa para a igreja e também para descrever um oficio, um cargo que existia na igreja primitiva. 

O termo Apóstolo é usado para descrever duas coisas diferentes, no primeiro caso é usado para descrever uma pessoa que é enviado pela igreja e com autoridade. Neste sentido de ser uma pessoa enviado pela igreja, as Escrituras chamam Barnabé, Timóteo, Silas e outros irmãos, de apóstolo. Eles não tinham um cargo de apóstolo, eram apóstolos apenas no sentido de serem enviados pela igreja para uma missão. O segundo uso do termo apóstolo é o cargo de Apóstolo. O cargo de Apóstolo é um oficio exercido pelo Apóstolo Paulo e os doze discípulos de Cristo e ninguém mais. Após a morte do Apóstolos como oficio, não houve mais Apostolo. 

É comum confundir discípulos com apóstolos. Todos somos discípulos de Cristo, porque discípulos são todos aqueles que seguem a Cristo e o tem como Mestre. O termo discípulo significa “aluno”. Os doze discípulos de Cristo vieram posteriormente a se tornar seus apóstolos (Mt 10.1-2; Lc 6.13). Cristo chamou doze homens para serem seus discípulos e aprenderam com ele bem de perto. Jesus estavam diariamente os ensinando, e posteriormente os revestiu com autoridade e os fez seus Apóstolos. Os doze íntimos discípulos se tornaram os Apóstolos e possuíam a autoridade de Cristo (Lucas 6.13). 

Um Apóstolo como oficio, era uma pessoa com autoridade daquele que o enviou. Jesus é o Apóstolo de Deus Pai. Jesus é o principal Apóstolo e exerceu seu ministério terreno com toda a autoridade do Pai, rejeitar a Jesus, é rejeitar a Deus Pai. Devemos “considerar atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus.” (Hebreus 3.1). Semelhantemente, os Apóstolos de Cristo exerceram seus ministérios Apostólicos com a autoridade de Jesus. Rejeitar os ensinos dos Apóstolos, é rejeitar os ensinos de Jesus. 

Existem critérios para uma pessoa ter sido Apóstolo de Cristo. Para uma pessoa ser um Apóstolo, ela deveria ter sido discípulo de Jesus durante seu ministério terreno; ter sido testemunha ocular da Ressurreição de Cristo e ser chamado e comissionado diretamente por Cristo. 

Requisitos bíblicos para o apostado: 
1 - ter sido discípulo de Jesus durante seu ministério terreno. 
2 - ter sido testemunha ocular da Ressurreição de Cristo. 
3 - ter sido chamado e comissionado diretamente por Cristo. 

Na traição e morte de Judas, Matias foi chamado para ser o décimo segundo Apóstolo em seu lugar (Atos 1.15-26). Aos doze Apóstolos, Jesus adicionou mais um, o Apostolo Paulo. O Apostolo Paulo foi um Apóstolo especialmente comissionado aos gentios (Rm 11;13; Gl 2.8). Paulo não fora discípulo de Cristo em seu ministério terreno, mas apesar disto, Jesus o comissionou diretamente na Estrada de Damasco (Atos 26.12-18). Na estrada de Damasco, Paulo não teve apenas uma visão, mas o próprio Cristo apareceu pessoalmente a ele e o comissionou ao Apostolado aos gentios. Paulo foi testemunha ocular da Ressurreição de Cristo e comissionado diretamente por Cristo. O chamado de Paulo foi especial, para ser um Apostolo para os gentios. Paulo se considerava o Apóstolo fora de tempo, o último a quem Jesus apareceu (1 Co 15.3-11). Tiago, Pedro e João aceitaram a Paulo como um verdadeiro Apóstolo de Cristo (Gálatas 2.9), e Deus confirmou sua condição de apóstolo pelo sinais e milagres dignos de um apóstolo (2 Co 12.12; Hb2.3-4) e pelos frutos de seu ministério (1 Co 9.2). Os Apóstolos têm um paralelo com as doze tribos de Israel. As tribos de Israel eram doze, mas a tribo de Judá se dividiu em duas, sendo assim como se fosse treze. Semelhantemente o Apostolado eram doze, mas com a morte por traição e suicido de Judas Iscariotes, Cristo acrescentou Matias no lugar de Judas e a Paulo como apostolo para os gentios, sendo assim como se fosse treze. 

O que é um apóstolo bíblico? - Rev. Augustus Nicodemus

Os Apóstolos foram agentes de Deus na revelação das verdades que se tornaram nossa regra de fé e prática. Os apóstolos como autoridade de Cristo lançaram os fundamentos da igreja Cristã, primeiro com a pregação e depois escrevendo essas verdades. Os Apóstolos escreveram as Escrituras Sagradas. Depois da morte dos Apóstolos, os presbíteros e diáconos continuaram na administração da igreja de Cristo, mas sem lançar novas revelações, apenas seguindo fielmente o fundamento realizado pelos Apóstolos, interpretando e aplicado o ensino apostólico na vida da igreja de Cristo. 

Mesmo que algumas pessoas se dizem ser apóstolos hoje, podemos considerá-los como falsos apóstolos. No sentido Bíblico não existe mais apóstolos. Hoje a autoridade apostólica se encontra na Bíblia e somente na Bíblia.

N. Mascolo F

Há outros apóstolos no Novo Testamento além dos 12 e de Paulo? - Rev. Augustus Nicodemus

Não Há Apóstolos Hoje - Rev. Augustus Nicodemus.



Livro relacionado ao assunto que indicamos.
Apóstolos
Verdade Bíblica sobre o apostolado.
Existem apóstolos hoje? Após um cuidadoso estudo, o Dr. Augustus Nicodemus investiga biblicamente o papel, as marcas e os limites do ministério apostólico. Uma obra inédita e extremamente urgente para a igreja de nossos dias. Mais detalhes e compra, clique aqui.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

A Salvação

Ouvimos muitos falarem sobre a necessidade de crer em Jesus para que sejamos salvos, mas poucos perguntam exatamente o que significa ser salvo. Crer em Jesus nos salva do que exatamente? O que significa ser salvos? 

A palavra salvação tem o significado de livrar-nos de alguma calamidade. O conceito de salvação é muito comum para nós, pois vemos isso nos heróis em quadrinhos que sempre salva as pessoas de algum acidente ou mal, vemos isso nos esportes quando um boxeador que está perdendo é “salvo pelo gongo” ou quando um gol é feito no último minuto da partida. 

Deus é santo e justo, por isso ele irá punir todo pecado (Sofonias 1). A Bíblia fala que haverá um dia que Deus irá punir severamente todos os pecadores, condenando eternamente ao inferno (Salmo 9.17). Será um dia de Juízo e de ira divina. O Apostolo Paulo exorta que aqueles que rejeitam a Deus e sua vontade por uma vida pecaminosa, acumulam contra si mesmos a ira de Deus, para serem manifestas no “dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus” (Romanos 2.4). Haverá um dia em que Deus irá manifestar sua santa ira contra todo pecado e pecador, será o dia do juízo final. 

O significado Bíblico de Salvação é, portanto, sermos salvos da pior de todas as calamidades – o juízo de Deus. A Salvação nos livra da ira de Deus no Juízo Final (Jo 3.16; Rm 5.9; Ef 5.6; Cl 3.6; Ap 6.17; 19.15). Quando dizemos que uma pessoa é salva, queremos dizer que será salva da irá de Deus no Juízo Final e entrará para Glória eterna de felicidade com Deus (Mt 25.31-46).

Somente Jesus nos livra da ira vindoura (1 Ts 1.10), somente pela fé em Jesus Cristo é que temos a salvação (Atos 4.12). “Ao SENHOR pertence a salvação!” (Jonas 2.9). A salvação é obra exclusiva de Deus, é um ato do seu eterno amor para com aqueles que resolveu salvar. Se a salvação dependesse de nós, das nossas obras, então nunca seríamos salvos, mas somos consolados porque a salvação é obras exclusiva de Deus. Paulo em sua carta ao Efésios 2.1-10 escreve de uma forma muito clara que a Salvação é um presente de Deus, um dom: “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, ... porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obra, para que ninguém se glorie.” Ef 2.1-10

Jesus é a nossa Salvação, ele nos livra da irá vindoura e condenação eterna.

"Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, sem mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus". João 3.36

N, Mascolo F.

Assista excelente e breve  resposta do Rev. Augustus Nicodemos sobre o que significa ser Salvo.

Assista excelente e breve exposição do Rev.  John MacArthur sobre A Verdadeira Salvação

domingo, 17 de julho de 2016

Comentário de Colossenses 1.2

(1.2) aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.

O destinatário da carta de Paulo são “aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos”. Paulo chama os irmãos de Colossos de santos porque foram eleitos e separados do mundo, para viver para Glória de Deus. (Leia 1Pedro 2.9; João 15.18-19). Somos todos santos no sentido de consagração, regenerados, separados do mundo e vivendo em santidade. Não devemos pensar que o sentido de santos empregado por Paulo aqui, tem o mesmo sentido idolatra praticado pelo “catolicismo romano”¹. Por mais que vivermos em Santidade diante de Deus nesta vida, o pecado está enraizado profundamente em nosso ser, de modo que vivemos em altos e baixos diante de Deus. A santidade perfeita só será possível na Glorificação, quando Jesus voltar em Glória e recebermos um corpo glorificado, no qual removerá de nós toda a raiz do pecado e estaremos em um estado de perfeita comunhão com ele. Por enquanto nesta vida presente, antes da volta de Cristo, somos santos porque somos fiéis irmãos em Cristo, separado para uma vida consagrada a Ele, para proclamar suas virtudes e seu santo evangelho.

A carta tem um destinatário, os irmãos que se encontram em Colossos. Paulo escreve esta carta especialmente para a igreja em Colossos, mas também desejava que sua carta fosse lida na igreja de Laodicéia, que se encontrava na cidade vizinha (Cl 4.16). Vimos na parte introdutória deste comentário aos Colossenses (Considerações sobre a Cidade de Colossos), que a igreja em Colossos ficava na Ásia menor, acompanhado de duas igrejas localizadas nas cidades vizinhas, Laodicéia (Cl 2.1; 4.13-16) e Hierápolis (4.13). Destas três cidades próximas uma da outra, a cidade de Colossos era a menor cidade e a menos próspera. Os habitantes de Colossos se compunham de habitantes naturais da Frígia, região centro-oeste da Ásia Menor, pagãos idolatras que adorava várias divindades. Havia também entre os habitantes da cidade de Colossos um grande número de Judeus que prosperavam no comércio de lã tingidas e outros negócios. Portanto, a igreja de Colossos estava em meio de pagãos idolatras e judeus sob antiga aliança. Deus não escolhe pessoas ou cidades por causa de algum mérito que possua, mas por sua soberana vontade, segundo o beneplácito da sua vontade. (Ef 1.4-6; Dt 7:7-9)

Após se direcionar aos irmãos de Colossos, Paulo proclama sua saudação: graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai. Graça é um ato da bondade de Deus para com suas criaturas que não merecem seu favor. Graça é um favor imerecido para conosco. Quando não merecemos nada de Deus, e por sua misericórdia ele faz algum favor para conosco, então Deus exerce um ato de graça. O Apóstolo Paulo experimentou profundamente a graça de Deus, pois quando em trevas, perseguia cruelmente a igreja, mas sem que Paulo merecesse, Jesus apareceu pessoalmente a ele, convertendo seu coração, o libertou do império das trevas e o transportou para seu Reino de amor. (Leia Cl 1.13; Atos 9.1-30; 22.10-21; 26.15-18; Gl 1.13 -15). Nossa Salvação é ato da graça de Deus, como o apóstolo mesmo escreve: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2.8-9. Paulo, portanto, expressa em sua saudação seu desejo que os irmãos experimentassem desta graça de Deus que age em nosso favor, quando não merecemos nada, e nos sustenta em todas as coisas.

A paz é o resultado direto da graça que nos reconcilia com Deus e em comunhão com ele, sentimos seu amor que apazigua nossos corações, mesmo nos momentos mais turbulentos da vida. A paz do mundo é apenas a ausência de dificuldades e guerras, um sentimento de alegria quando as coisas estão indo bem. Mas a paz que provém de Deus não vem das circunstâncias desta vida, mas direto de Cristo Jesus (Leia Jo 14.27). A Paz que vem dos céus é transcendente, do alto, por essa razão, ela é incompreensível para aqueles que não estão ligados a Cristo. A Paz que vem de Deus também preserva nossa fé, Paulo escreveu em sua carta aos Filipenses que “a Paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.7). O Apóstolo Paulo experimentou em sua turbulenta vida a paz que provem de Deus, pois sofreu muitas dificuldade e dores (leia 2 Co 11.23-28), mas sempre as suportou pela força e a paz que provem de Deus. Paulo, portanto, expressa em sua saudação seu desejo que os irmãos experimentassem desta paz que provem da parte de Deus, nosso Pai.


Notas:
¹ O Catolicismos romano ensina que aqueles que viveram uma vida santa e exemplar, acumulam méritos diante de Deus e após a morte, podem ouvir as orações daqueles que o veneram aqui na terra, e interceder por elas diante de Deus. Para uma pessoa ser um Santo, é necessário ser reconhecida e canonizada pelas normas e preceitos da igreja apostólica romana.

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

Leia os demais comentários de Colossenses

quarta-feira, 13 de julho de 2016

A Graça de Deus e o mérito humano

Todas as vezes que Deus agem com bondade com suas criaturas, ele faz por graça. Deus exercer sua graça ao criar e sustentar este mundo e principalmente no plano de Salvação. Nossa Salvação é obra inteiramente da graça de Deus. Somente pela graça de Deus somos salvos. 

Graça é um ato da bondade de Deus para com suas criaturas que não merecem seu favor. Graça é um favor imerecido para conosco. Quando não merecemos nada de Deus, e por sua misericórdia ele faz algum favor para conosco, então Deus exerce um ato de graça. Deus sempre age com graça conosco porque não merecemos nada dele.

Mérito é quando uma pessoa recebe algo que merece. Suas obras os fazem merecedores de receber algo que lhe é devido. Quando uma pessoa trabalha, seu salário é seu mérito. O trabalhador tem o direto de receber seu salário e o empregador tem o dever de pagar. Se o salário não for pago, se comete injustiça. Em relação a Deus, temos algum mérito? Deus tem alguma obrigação para conosco? A resposta bíblica é que não temos nenhum mérito diante de Deus. Nossas obras são manchadas pelo pecado, de modo que até as nossas melhores ações, não nos garante nenhuma boa recompensa diante de Deus. Nosso retrato diante de Deus é de morte em delitos e pecados (Ef.2.1 - 9). A única coisa que merecemos de Deus é a condenação pelos nossos pecados. Quando Deus nos puni pelos nossos pecados, ele está exercendo justiça.

O Apostolo Paulo escreve aos irmãos de Efésios que nossa salvação é pela graça de Deus. Nossa salvação não é uma recompensa de alguma obra que tenhamos feito. Nossa salvação não vem de nós, é um presente de Deus. 

Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor que nos amou, estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, -pela graça sois salvo, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Efésios 2.4-9

Nossa salvação é pela graça mediante a fé. Quando cremos em Cristo como nosso Senhor e Salvador, Deus Pai vê em nós as obras de Cristo e passamos a ter alguns diretos diante dele, mas sempre por causa das obras de Cristo Jesus aplicado a nós (Leia o estudo: A Justificação pela Fé). Nossa salvação depende totalmente de Cristo Jesus.

Somente pela graça de Deus somos salvos. Nossa salvação é obra sobrenatural do Espírito Santo, que nos regenerá e nos leva a Cristo com fé, nos libertando da servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual. A salvação não é mérito de qualquer obra humana.

Quando, porém, se manisfestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticados por nós, mas segundo a sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segunda esperança de vida eterna.” Tito 3.4-7

N. Mascolo F.

A Graça de Deus - Ef 2.1-10 - Rev. Augustus Nicodemus

Indicação de um excelente livro relacionado a esse estudo.
Sola gratia por R. C. Sproul, editora CEP

domingo, 10 de julho de 2016

Educação de nossos filhos: Educação religiosa e escolar

Os filhos são a herança do Senhor (Salmo 127.3), e como Pais cristãos, temos a responsabilidade diante de Deus de educar nossos filhos e essa responsabilidade recai sobre toda esfera, tanto na educação religiosa como na educação “secular”.

A educação religiosa é o ensino aos nossos filhos sobre Deus e as santas doutrinas das Escrituras Sagradas. Embora nossos filhos possam aprender as doutrinas da Bíblia na escola dominical na igreja, os Pais têm a responsabilidade primaria de educar seus filhos nos caminhos de Deus.

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentando em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-se, e ao levantar-te” Deuteronômio 6.6-7

Quando os Pais não cumprem este mandamento de educar os filhos nos caminhos do Senhor, tanto os Pais como filhos, deixam de usufruir das bênçãos de Deus de uma família saudável e feliz. Muitos lares são conturbados e filhos são insubmissos, rebeldes e infelizes, porque no lar não se fala de Deus e seu santo evangelho, não se ora e nem se faz o culto familiar.

A educação secular é a educação que não ensina sobre Deus e se propõe a transmitir um conhecimento geral sobre matemática, línguas (português), história, geografia, ciências e outras disciplinas que compõem a grade de ensino escolar. A proposta da educação secular é ser neutra, porém não existe neutralidade religiosa, não existe ser humano neutro, ora inclinamos para Deus em sua santidade quando regenerados pelo Espirito Santo ou para vãs e profanas crenças contra Deus e sua Palavra. Depois da Queda, o pecado se enraizou em nosso ser, escurecendo o entendimento em todas as áreas e nos emburreceu. Mesmo nas mentes mais geniais deste mundo, sempre tem um lado tolo. (Leia Ef 4.18; 2 Pe 2.12; Jd 10) Deste modo, o sistema escolar produzido pelos homens sem a luz da Palavra de Deus, que se propõe ser neutro, na verdade, distorce a realidade que existe um Deus verdadeiro e Criador e ensina aos nossos filhos toda sorte de doutrinas anti-Deus e filosofias vãs e profanas. O sistema de ensino e os livros didáticos estão cheio de filosofias anticristãs de forma explicitas e sutis. Como Pais responsáveis diante de Deus, devemos acompanhar o ensino escolar de nossos filhos e contra toda sorte de maus ensinos, instruí-los nos caminhos do Senhor. A escola ao ensinar que o mundo foi feito pelo acaso, que o homem evoluiu do macaco e que não existe verdade absoluta, devemos então ensinar que Deus é o santo Criador que fez todas as coisas, que fomos feito por Ele e somos a sua imagem e semelhança e que a verdade absoluta existe na Bíblia e em Cristo Jesus, combatendo os erros que se ensinam na grade escolar.

No Brasil, o ensino público escolar, e grande parte das escolas particulares adotaram o Construtivismo como proposta pedagógica. O Construtivismo com vãs filosofias e profanos ideais, levou o Brasil ao fracasso educacional. Nossos jovens não sabem interpretar um texto e são desprovidos de valores éticos e morais. O Construtivismo ensina que todos os homens nascem neutros, e como não existe verdade absoluta, não existe certo e errado, tudo depende do contexto em que vive e por si próprio deve “construir” seus conhecimentos e valores. Baseado nesta filosofia, os alunos de escolas que adotam o Construtivismo se desenvolvem desprovidos de valores Cristãos, poucos sabem interpretar um texto, são mimados, são o centro do universo e abraçam toda sorte de novas e vãs filosofias profanas. Diante deste quadro, os Pais devem sempre acompanhar a educação escolar de seus filhos e combater esse relativismo, ensinando que nascemos pecadores e carecemos de Deus para nossa Salvação, e que existe uma verdade absoluta, as Sagradas Escrituras e nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Devemos ensinar aos nossos filhos que Deus é o centro do Universo e sua Palavra deve ser o centro do conhecimento em nossas vidas. Nossos filhos devem crescer com uma cosmovisão cristã, ou seja, a partir das Escrituras Sagradas eles devem enxergar todas as coisas.

O Instituto Presbiteriano Mackenzie desenvolveu um sistema escolar cristão baseado nos princípios e valores das Sagradas Escrituras e na pedagogia de Cristo. Este sistema é excelente pois não apenas adiciona versículos em seus livros, mais do que isso, todo o ensino proporciona um conhecimento integrado das disciplinas escolares coerente ao relacionamento com o Criador e com Seus propósitos. Já existem centenas de escolas, em diversos Estados no Brasil que adotaram o sistema Mackenzie de ensino (SME). Oriento a todos os Pais que matriculem seus filhos nestas escolas e terão um grande parceiro para educar seus filhos no caminho do Senhor, além de uma educação com conteúdo escolar com excelência. Para conhecer mais sobre o sistema Mackenzie de ensino (SME) e as escolas próximas a seu endereço, acesse link:http://sme.mackenzie.br/mackenzie

N. Mascolo F.

Para todos que desejam se aprofundar mais sobre este assunto, recomendo como leitura obrigatório o excelente livro, uma obra prima, de Solano Portela, O QUE ESTÃO ENSINANDO AOS NOSSOS FILHOS? da editora Fiel, conforme indicado abaixo.
Neste livro, Solano Portela faz uma avaliação crítica do cenário atual da educação brasileira, tanto secular como religiosa. Segundo ele, a proposta pedagógica predominante no Brasil vai além de uma metodologia educacional e contém sérias contradições com os princípios da fé cristã. A partir dessa análise, Solano propõe o desenvolvimento de uma pedagogia para a educação escolar cristã, chamada de pedagogia redentiva, ao apontar para uma educação de excelência fundamentada em uma cosmovisão bíblica sobre a vida e o mundo. Comprar

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Comentário de Colossenses 1.1

Prefácio e saudação
(1.1) Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo, (1.2) aos santos e fiéis irmãos em Cristo que se encontram em Colossos, graça e paz a vós outros, da parte de Deus, nosso Pai.

1.1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus, e o irmão Timóteo,

Paulo inicia sua carta com uma breve descrição de si mesmo, o “apóstolo de Cristo Jesus”. A igreja de Colossos não fora fundada¹ por Paulo e ele se apresenta para que seja reconhecida sua autoridade apostólica e assim sua carta linda como Palavra de Deus. O oficio de Apóstolo foi exercido apenas por Paulo, os doze discípulos de Cristo e ninguém mais. Um Apóstolo, tinha a mesma autoridade daquele que o enviou. Jesus é o Apóstolo de Deus Pai. Jesus é o principal Apóstolo e exerceu seu ministério terreno com toda a autoridade do Pai, rejeitar a Jesus, é rejeitar a Deus Pai. Devemos “considerar atentamente o Apóstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissão, Jesus.” (Hebreus 3.1 leia também Jo 14.9-11). Semelhantemente, o “apóstolo de Cristo Jesus”, exercera seu ministério Apostólico com a autoridade de Jesus. Rejeitar os ensinos do Apóstolo Paulo, é rejeitar os ensinos de Jesus. Os irmãos de Colossos ao reconhecer Paulo como Apóstolo, receberam sua carta como a verdadeira Palavra de Deus.

Paulo prossegue dizendo que seu apostolado não era por vontade de si mesmo ou dos homens, mas “por vontade de Deus”. De fato, a história do apóstolo Paulo é o testemunho e a prova da ação e eleição de Deus sobre sua vida. Paulo, antes da conversão se chamava Saulo, e perseguia cruelmente a igreja de Cristo, mas Jesus apareceu pessoalmente a ele, e o comissionou para ser seu apóstolo especial aos gentios (Leia Atos 9.1-30; 22.10-21; 26.15-18; Gl 1.13 -15).

Logo após se apresentar como o Apóstolo de Cristo Jesus, Paulo adiciona seu companheiro e cooperador, “o irmão Timóteo”. Timóteo não era apóstolo como Paulo, mas era um jovem ministro que acompanhou Paulo em grande parte de suas viagens missionárias (At 17.14-17; 18.5; 19.22; 20.4), seu filho na fé (1 Tm 1.2) que o representou nas igrejas de Tessalônica (1 Ts 3.2,6), Corinto (1 Co 4.17; 16.10), Filipos (Fp 2.19,23) e Éfeso (1 Tm 1.3). Paulo escreveu duas cartas pastorais para seu filho na fé e cooperador: primeira e segunda Epístola de Paulo a Timóteo. Embora Paulo mencione Timóteo no início de sua carta aos Colossenses, não devemos pensar que ele teve alguma participação na escrita. Apenas Paulo é o autor da carta de Colossos, note que por toda a carta ele usa as Palavras, “eu, Paulo” (Confira Cl 1.23; 1.24-2.5; 4.3,7-18).


Notas:
¹ Vimos anteriormente que a igreja de Colosso foi fundada por Epafras, “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl 1.7). Quando Paulo escreveu esta carta, ele estava em prisão domiciliar em Roma (Cl 4.3,10, 18) e Epafras visitou Paulo preso e contou ao apóstolo sobre a fé dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13).

² O Apostolo Paulo foi um Apostolo especialmente comissionado aos gentios (Rm 11;13; Gl 2.8). Paulo não fora discípulo de Cristo em seu ministério terreno, mas apesar disto, Jesus o comissionou diretamente na Estrada de Damasco (Atos 26.12-18). Na estrada de Damasco, Paulo não teve apenas uma visão, mas o próprio Cristo apareceu pessoalmente a ele e o comissionou ao Apostolado aos gentios. Paulo foi testemunha ocular da Ressurreição de Cristo e comissionado diretamente por Cristo. O chamado de Paulo foi especial, para ser um Apostolo para os gentios. Paulo se considerava o Apostolo fora de tempo, o último a quem Jesus apareceu (1 Co 15.3-11). Tiago, Pedro e João aceitaram a Paulo como um verdadeiro Apostolo de Cristo (Gálatas 2.9), e Deus confirmou sua condição de apóstolo pelo sinais e milagres dignos de um apóstolo (2 Co 12.12; Hb2.3-4) e pelos frutos de seu ministério (1 Co 9.2). Os Apóstolos têm um paralelo com as doze tribos de Israel. As tribos de Israel eram doze, mas a tribo de Judá se dividiu em duas, sendo assim como se fosse treze. Semelhantemente o Apostolado eram doze, mas com a morte por traição e suicido de Judas Iscariotes, Cristo acrescentou Matias no lugar de Judas e a Paulo como apostolo para os gentios, sendo assim como se fosse treze.

Bibliografia:
João Calvino, comentário aos Colossenses, editora Fiel.
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).
Bíblia de Estudo NVI, editora Vida.

Leia os demais comentários de Colossenses

domingo, 3 de julho de 2016

O Propósito da carta de Colossenses

A igreja de Colossenses estava ameaçada por heresias gnósticas, judaicas e o paganismo da região. Os gnósticos eram um grupo místico que acreditavam ter um acesso especial ao conhecimento divino, e sua religião eram uma mistura e combinação sincretista de várias ideias da filosofia oriental, filosofia grega e alguns elementos do cristianismo. Os gnósticos impunham uma visão que reduzia a pessoa de Jesus Cristo como apenas um anjo. Os gnósticos praticavam várias formas de culto a anjos. Junto aos gnósticos, judeus perturbavam a igreja em Colossos com os falsos ensinos de a necessidade do Cristão em guardar festas e cerimonias da antiga aliança. Outros perigos que ameaçava a igreja de Colossos eram toda sorte de paganismo que florescia na cidade de Colossos e toda região da Ásia menor. Como combate a essas heresias, o apóstolo Paulo mostra em sua carta a superioridade de Jesus Cristo sobre os anjos e todas as coisas, sua suficiência para nossa salvação e a necessidade de vivermos em santidade nEle.

Cartas da Prisão de Paulo - R. C. Sproul

Por causa da pregação do evangelho, o apóstolo Paulo passou por muitas prisões e quatro de suas cartas foram escritas quando em cadeias: Efésios, Filipenses, Colossenses e Filemon.  Segue excelente exposição gerais de R. C. Sproul sobre as Epístolas da Prisão de Paulo.



21ª Mensagem
Do Pó à Glória: Um Panorama da Bíblia com R. C. Sproul
R. C. Sproul
Epístolas de Prisão
DVD - 3

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Considerações sobre a Cidade de Colossos

Para compreendermos melhor a carta de Colossenses, é importante conhecer a cidade de Colossos na época em que a carta foi escrita. A carta de Colossenses menciona três cidades, Colossos (Cl 1.2), Laodicéia (Cl 2.1; 4.13-16) e Hierápolis (4.13). Estas três cidades estavam localizadas na Ásia menor, no vale do Lico, conforme mapas abaixo.
*Mapas do comentário do NT aos Colossenses de William Hendriksen, pag. 261, 262, editora Cultura Crista (CEP).

O vale de Lico onde as cidades de Colossos, Laodicéia e Hierápolis se localizavam, era uma região de atividade vulcânica e atormentada por muitos terremotos. Entretanto, por causa do solo vulcânico, o solo na região era fértil, com excelente vegetação para criação de rebanhos. Haviam também em Hierápolis fontes de águas quentes e proporcionavam banhos como lazer e fins medicinais.

Nos tempos de Paulo e Epafras, a cidade de Colossos era a menos prospera das três. Colossos tivera um passado de prosperidade, mas enfrentava a decadência econômica frente as suas duas cidades vizinhas que crescia e se desenvolvia mais prosperas (Laodicéia e Hierápolis). A cidade de Laodicéia tinha um forte centro industrial, comercial e operações bancarias, famosa pela excelente lá negra de seus carneiros (Ap 3.14-22). A cidade de Hierápolis com muitas fontes de aguas quentes por toda cidade, traziam muitos turistas para o lazer e fim medicinais. Em Hierápolis o turismo movimentava e alavancava a economia. O povo de Hierápolis associava a água quente e as cavernas profundas aos deuses e por isso havia muitos templos pagãos na cidade. Frente à prosperidade de Laodicéia e Hierápolis, a cidade de Colossos era a menor e menos próspera. A cidade de Colossos era, portanto, a menor e menos importante das três cidades da Ásia menor.

Os habitantes de Colossos se compunham de habitantes naturais da Frígia, região centro-oeste da Ásia Menor, pagãos idolatras que adorava várias divindades. Havia também entre os habitantes da cidade de Colossos um grande número de Judeus que prosperavam no comércio de lã tingidas e outros negócios. Portanto, a igreja de Colossos estava em meio de pagãos idolatras e judeus sob antiga aliança.
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Bibliografia:
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).

Biblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Autoria da Carta de Colossenses e data

A carta de Colossenses foi escrita pelo apóstolo Paulo e vemos isso claramente no prefácio de sua carta: “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus, por vontade de Deus” (Cl 1.1) e também em suas saudações finais “A saudação é de próprio punho: Paulo” (Cl 4.18). O Apostolo Paulo tinha o costume de ditar sua carta para um companheiro escrevê-la, e no final da carta ele escrevia a saudações de seu próprio punho, para que os irmãos autentificassem sua autoria ao receber sua carta (Rm 16.22; 1 Co 16.21; Gl 6.11; Cl 4.18; 2Ts 3.17). Os inimigos do Evangelho de Cristo empregaram seus meios e na época de Paulo, falsas cartas escritas supostamente por ele estavam circulando, portanto, era necessário que Paulo identificasse suas verdadeiras cartas com sua própria letra e assinatura.

A provável data da carta aos Colossenses é em aproximadamente 60 d.C.  A igreja de Colosso foi fundada por Epafras, “amado conservo e fiel ministro de Cristo” (Cl  1.7). Quando Paulo escreveu esta carta, ele estava em prisão domiciliar em Roma (Cl 4.3,10, 18) e Epafras visitou Paulo preso e contou ao apóstolo sobre a fé dos irmãos em Colossenses e os estranhos ensinamentos que ameaçavam a saúde da igreja (Cl 4.12-13). Para correções das heresias que assolavam a igreja, Paulo escreveu essa carta aos Colossenses, para que os irmãos mantivessem firmes na verdadeira fé em Cristo Jesus, conforme foram instruídos por Epafras.


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Bibliografia:
William Hendriksen, comentário do NT aos Colossenses, editora Cultura Crista (CEP).

Biblia de Estudo de Genebra, Edição Revista e Ampliada, editora Cultura Crista (CEP).

Carta de Paulo aos Colossenses - Apresentação

Darei início a esse Blog, com a exposição da Carta de Paulo aos Colossenses. Se o Senhor permitir, toda semana um novo comentário será postado.

A carta de Colossenses é revigorante aos Cristãos, pois ela nos ensina sobre a supremacia e suficiência de Cristo Jesus em nossas Vidas. O nome de Jesus está tão corriqueiro e comum nos meios sociais e televisivos que a maravilha da sua Pessoa pode nos passar despercebidos e por outro lado, muitas heresias a respeito de Cristo também podem ser combatidas pela exposição de Colossenses.

A proposta da minha exposição da carta de Colossenses é ser simples, mas sem dispensar o verdadeiro conteúdo. É um desafio enorme expor aquilo que inesgotável, o que posso fazer então é apenas expor segundo os limites que o Senhor tem me concedido, na esperança que seja fiel e útil para seu Reino. Que nosso Senhor me ajude a sair de cena e que a Palavra de Deus seja exposta e fale a nossos corações.

Usarei como base, a tradução Revista Atualizada das Escrituras Sagradas, considerada a melhor tradução em português do Novo Testamento.